Introdução ao CBD
Muitas vezes, ao falar de cannabis, confundimos THC e canabidiol (CBD). O segundo difere do primeiro pelo os seus benefícios para a saúde e pelo seu uso em tratamentos medicinais. Das duas substâncias ativas mais conhecidas da cannabis, o CBD é, de facto, o mais interessante do ponto de vista dos pacientes que o utilizam para aliviar dores, ansiedade, inflamação, entre muitos outros sintomas. Por alguns visto como uma espécie de “cannabis light”, hoje legalizada em muitos países por suas virtudes terapêuticas. Mas vamos aprender mais sobre ele… O que é o CBD? O CBD é uma molécula que faz parte da família dos canabinóides. Como o THC, é uma substância ativa encontrada na planta do cânhamo (da qual deriva a resina de cannabis). No entanto, encontra-se em quantidades inferiores ao THC (entre 0,6 e 1%, contra 12 a 25%), em particular devido às opções de produção feitas nas últimas décadas. Como o THC é mais procurado por seus efeitos “elevados”, as sementes de cannabis que circulam o contêm em níveis mais elevados. Mas agora, conforme as vantagens medicinais da cannabis ganham cada vez mais atenção, as flores estão a ser produzidas especificamente para conter níveis significativos de CBD. Assim, é possível encontrar sementes de cannabis terapêuticas (para uso médico) com mais de 6% de CBD, o que é enorme … e bastante raro. Uma concentração de 1% é mais do que suficiente para cobrir as necessidades dos pacientes, com o CBD se mostrando muito eficaz. Qual é a diferença entre CBD e THC? Dos 500 canabinóides diferentes que existem na cannabis, o THC é certamente o mais conhecido pelos consumidores, embora o CBD esteja a ser cada vez mais popular. Simplesmente porque o THC (9-tetrahidrocanabinol) é o componente chamado “psicoativo” da cannabis. Por atuar diretamente no sistema nervoso, afeta o funcionamento do cérebro e pode mudar percepções, alterar o humor e transformar comportamentos. O THC é geralmente usado para esses efeitos: dá-lhe a sensação de pedrado. Ao contrário do THC, o CBD não deixa você “pedrado”. O seu papel é exatamente o oposto: ele tende a contrariar as propriedades psicoativas de seu irmão mais velho, e às vezes atrasa-os (também pode durar mais). Isso explica sua orientação médica. No entanto, não é totalmente desprovido de efeitos psicoativos: o CBD gera uma sensação de alívio tal como um sedativo. Juntos, o THC e o CBD vêem seus efeitos se multiplicarem por dez. A conjunção das duas moléculas pode agir fortemente sobre a ansiedade e a dor, com melhores resultados do que apenas com o THC (cujos efeitos às vezes são mal sentidos pelos usuários). No entanto é bom frisar que a cannabis com alto teor de CBD não pode substituir o THC, principalmente para aqueles que procuram mais os efeitos psicoativos da substância. As propriedades adequadas só são alcançadas com altas doses de CBD, e novamente, sem ir a um efeito relaxante equivalente a 100%. Em outras palavras, o CBD não pode ser usado como um substituto para usuários pesados de cannabis com alto teor de THC. Como funciona o CBD? No corpo, o CBD atua como um catalisador. Otimiza a resposta natural à dor e também à ansiedade. O CBD não elimina nem previne a dor e a ansiedade, mas atua no sistema nervoso para reduzir o impacto de ambos. Isso, por meio de envio de sinais que, em essência, instruem o corpo a não se preocupar com isso e a prosseguir com seu trabalho. Esta substância é ainda mais eficaz porque funciona como uma extensão das defesas naturais do nosso sistema nervoso. Se os canabinóides funcionam para nós, é porque o corpo humano tem os receptores certos e produz algum tipo de THC natural, embora em concentrações muito limitadas. Falamos em “receptores CB1” (presentes principalmente no cérebro e no sistema nervoso central) e “CB2” (principalmente instalados em órgãos periféricos e em células ligadas ao funcionamento do sistema imunológico). Esses receptores “fixam” as moléculas do THC, mas também as do CBD, de forma mais indireta. Este último também interage com outros receptores no corpo que faz que aumenta suas propriedades medicinais.
